Empresa busca maior proximidade com públicos das classes A e B.
Reunião domiciliar segue como principal aposta para crescimento no Brasil.
Segundo a presidente da subsidiária brasileira, as classes C e D respondem hoje por cerca de 70% das vendas, embora os utensílios domésticos da Tupperware tenham valor médio de R$ 60, geralmente acima do preço dos concorrentes. “O público das classes C e D é mais aberto para aceitar que uma revendedora entre em suas casas”, afirma.
O foco nas reuniões está baseado na crença de que a demonstração de uso é a melhor forma de tornar os produtos mais atrativos e de convencer a consumidora de o custo do produto pode valer a pena. Estima-se que a cada 1,8 segundo ocorra em algum lugar do planeta uma reunião da Tupperware.
“Uma vez que começa a utilizar, o consumidor não quer usar outro”, diz a presidente da Tupperware Brasil. “A gente não briga por preço. A gente não tem como vender um produto desse, com garantia de 10 anos, por R$ 1,99”.
A marca oferece linhas específicas para freezer, geladeira, microondas e armazenagem de alimentos secos, com sistemas de fechamento diferenciados. Pode parecer uma ofensa para os menos íntimos do universo doméstico, mas a Tupperware defende que é preciso ensinar os seus clientes a, inclusive, abrir e fechar os seus produtos. E não é raro um consumidor ser surpreendido ao descobrir, por exemplo, que é preciso extrair o ar de dentro de um pote para conservar um alimento por mais tempo, ou então, que a tampa da linha para o congelador é feita para abrir em ‘x’, após levantar todos os lados e não um só, para evitar que o plástico congelado quebre.
As vendas da Tupperware caíram “drasticamente” no país entre 1997 e 2003. E, segundo Paola, a abertura econômica e e a chegada de novos concorrentes não foram as principais causas. “O que afetou foi a mudança de direcionamento interno. O nosso erro foi termos nos distanciado daquilo que nos faz diferentes, que são as reuniões. Então, de alguma forma, as pessoas começaram a falar: 'Cadê Tupperware? Não tem mais Tupperware? Não sei quem vende Tupperware!”, explica.
Segundo a presidente da operação brasileira, os principais concorrentes não são os fabricantes de utensílios domésticos e sim as outras empresas de venda direta que atuam no mercado.
“A cada dia há um número maior de empresas entrando nesse segmento e cada uma quer colocar um número maior de tipos de produtos”, afirma Paola.
Hoje, uma revendedora da empresa começa ganhando a partir de 26,5% do percentual de vendas. “Temos um mix muito interessante, não é um perfil único. Além de donas de casa, temos estudantes e recém-formados que vêem a possibilidade de um ganho adicional”, afirma.
Para crescer nesse mercado, a empresa aposta na oferta de benefícios aos revendedores, além da expansão de produtos mais sofisticados para o lar e da sua linha de cosméticos, sob a marca Fuller.
A empresa não divulga os números de sua operação no Brasil. "Estamos no grupo dos países que faturam acima de US$ 50 milhões por ano”, limita-se a dizer a presidente da Tupperware Brasil.